domingo, 23 de fevereiro de 2014

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Eu sinto como se houvessem atmosferas brancas envolvendo imagens delicadas. E eu acredito em pessoas com a mesma força com que acredito em colisões. Está tudo seguro, por ora. Eles deixam que a pele caia, camada por camada. Revelam segredos, vaidades, medos e sonhos. Esse é o rastro da colisão: o que a gente deixa escapar. E ainda assim meu corpo sempre se recolhe... Num rastro de luz que me mostra um caminho no sentido corpo, alma. Não é fácil olhar para si com os olhos de dentro, mas não há uma segunda saída quando a gente percebe o caminho entre mantras, flores e estrelas. Só resta decorar a estrada de tijolos com flores perfumadas em suas margens. Estar longe me faz vulnerável a um novo tipo de sensibilidade. A atmosfera branca também envolve a minha solidão. E lua, que decora a janela do meu quarto, deixa um aviso silencioso e contido: Go on baby, go on. Mais uma vez, não me resta outra escolha. “É como estar condenado à felicidade”, um tipo quieto, solitário e pacífico desta. É como ter o destino desenhado entre as constelações, as Três Marias e outras mais, e o seu fim... O seu belo, trágico e invariável fim, é morrer de alegria. Até nas ruas mais desertas, nos becos, nos homens-poder-sem-fim, na própria tristeza, na sensibilidade: Ver brotar um único e belo rastro de cor.  As delicadezas são sempre envolvidas e lembradas. É a nossa pureza e nossa vaidade. 

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