Eu sinto
como se houvessem atmosferas brancas envolvendo imagens delicadas. E eu
acredito em pessoas com a mesma força com que acredito em colisões. Está tudo
seguro, por ora. Eles deixam que a pele caia, camada por camada. Revelam
segredos, vaidades, medos e sonhos. Esse é o rastro da colisão: o que a gente deixa
escapar. E ainda assim meu corpo sempre se recolhe... Num rastro de luz que me
mostra um caminho no sentido corpo, alma. Não é fácil olhar para si com os
olhos de dentro, mas não há uma segunda saída quando a gente percebe o caminho
entre mantras, flores e estrelas. Só resta decorar a estrada de tijolos com
flores perfumadas em suas margens. Estar longe me faz vulnerável a um novo tipo
de sensibilidade. A atmosfera branca também envolve a minha solidão. E lua, que
decora a janela do meu quarto, deixa um aviso silencioso e contido: Go on baby,
go on. Mais uma vez, não me resta outra escolha. “É como estar condenado à
felicidade”, um tipo quieto, solitário e pacífico desta. É como ter o destino
desenhado entre as constelações, as Três Marias e outras mais, e o seu fim... O
seu belo, trágico e invariável fim, é morrer de alegria. Até nas ruas mais
desertas, nos becos, nos homens-poder-sem-fim, na própria tristeza, na
sensibilidade: Ver brotar um único e belo rastro de cor. As delicadezas são sempre envolvidas e
lembradas. É a nossa pureza e nossa vaidade.
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