quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Eu juro que queria entender um pouco mais sobre o seu jeito de andar como quem vive feita para dançar. É o encanto que a envolve de maneira sincera que me deixa mais intrigada, M. Nunca soube muita coisa sobre você, mas sempre tive a certeza que este mundo não é tão grande ao ponto de prender seus pés no chão. Talvez seja a dança que tenha lhe ensinado a saltitar levemente... Vou lhe confessar que me senti honrada por poder catar pedaços do seu mundo, eu vou construindo você com a calma de quem monta um imenso quebra-cabeça. Cada pedacinho que encontro e descubro é como um mar de encanto envolvente que me instiga a querer saber sempre um pouco mais. Você parece como um livro que nos engole e conforme as páginas são viradas, o mistério seguinte é sempre um calabouço sem fim. Entre margens pretas eu vejo estrelas, são as surpresas que você nos oferece com uma boa dose de gargalhada. Qualquer dia desses eu gostaria de entrar um pouco mais no seu mundo, está bem? Pode ser preto e branco com o James Dean, ou até mesmo entre um ato contagiante que lhe deixe empolgada diante de Chicago. Esses atos viram lembranças pra uma caixa verde que tenho guardada, e eu vou lembrar sempre de você enquanto estiver lendo um poema escrito pelo grande Fernando Pessoa. Não posso me dar ao luxo de imaginar sua companhia nos próximos três anos, por isso eu vou guardando seus rastros pra quando a saudade apertar. Entrar na sua vida é como esperar quieta olhando pelo buraco da fechadura: Vem um brilho de lá de dentro, e a gente precisa tocar um pouco mais. Quando nos damos conta estamos do outro lado da porta dançando mesmo quando nossas pernas estão cansadas. E mesmo quando você tenta se esconder ainda há um brilho. É impossível ofusca-la quando há um mundo que se assemelha ao conto mais envolvente que já fora lido.

Eu posso lhe pedir para me guardar um pouco aí dentro? Para você lembrar de mim quando estiver andando pelas ruas de Londres ou ouvir soar o toque do Big Bang. Vou pedir que os ventos lhe levem para longe, e que aos poucos, você possa começar a se entregar verdadeiramente. Entregar-se para a vida da mesma forma que se entrega para a arte. Você é a bailarina que a vida escolheu para levar encanto para o mundo, e estou grata por ter dançado um pouco mais com você. Quem sabe um dia eu lhe escrava uma carta para que você possa ler sentada na varanda de uma casa em Paris? Podemos marcar um encontro, quem sabe Itália, não é mesmo?

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