segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Eu não sei muito bem como consegui chegar aqui só sei que existem mistérios que pairam sobre a linha do nosso tempo. Eu acordei como se houvesse voltado quatro anos atrás e a mobilha estava completamente fora do lugar. Não tínhamos a pretensão de descobrir quem realmente nós éramos, a gente só brincava de viver e não complicava as perguntas. Na verdade, nem se quer havia perguntas. Era tudo muito simples e até mesmo colorido... Os cumprimentos eram naturais, os abraços eram espontâneos, e não havia um único fardo a ser carregado. A gente não sabia, mas aquele jardim ainda fazia parte da nossa infância.

Os laços foram criados com o passar dos dias, dos apertos, das desventuras. Quando a gente menos esperava já fazia uso do ombro alheio: Era a vida começando a bater na nossa porta, o medo começando a criar asas para lutar contra a liberdade da nossa alma. A gente cresceu e aos poucos, nos perdemos. Como qualquer outra estrada, a nossa também possui curvas perigosas, trilhas intimidantes e até mesmo sedutoras. Não sei bem qual foi o nosso erro, talvez inocência em demasia. A gente acreditou com tanta força no para sempre que deixamos de lutar por ele. É contraditório, eu sei. Suponho que em algum momento passou pela nossa cabeça que a vida trataria por si só de fazer o eterno acontecer... Este foi só mais um dos nossos erros. A gente acorda pela manhã e busca na memória os nossos primeiros dias, nos esbarramos no corredor e conversamos sobre as matérias difíceis, o coração que foi quebrado, o encontro que não marcamos, mas nunca falamos da saudade. Nunca tocamos no nome da falta, do que virou lembrança. A gente nem toca mais na vida do outro com medo de fazer alguma bagunça. O tempo não é responsável pelas mudanças ou pelos laços quebrados, o tempo só lutou contra os momentos que desfrutamos juntos... Infelizmente nós esquecemos de vestir as nossas armaduras, e deixamos tudo passar.

Mas a gente também aprende um bocado com tantos erros. A gente descobriu um tipo de eternidade que fica grudada no coração e não nos permite abandonar os dias de verão. Crescemos de jeitos diferentes e aos poucos, mesmo sem saber, fomos construindo o nosso caminho. Não é para ser triste, e mesmo que seja, temos que admitir a beleza. Por um momento do passado nós pensamos que fosse eterno: E talvez seja, só que dentro do coração de cada um. E que fique na lembrança, como um dia bonito, quando nos conhecemos. Quando entramos naquela sala estranha com luzes brancas, nos levantamos e ficamos de mãos dadas. Pronunciamos os nossos nomes em voz alta e lembro do sorriso de cada um que se confundia com o medo que fazia nossos olhos fitarem o chão. Medo só do desconhecido, do que ainda não foi tocado ou despertado. Não sei se foi o aperto de mão, as risadas agradáveis, o gosto maravilhoso do que ainda é novo e cheio de sonhos; Eu não sei em qual parte passamos a fazer parte um da vida do outro, temo ter deixado escapar o detalhe mais bonito. A gente vai deixar guardado e vai contar histórias, vamos olhar as fotografias e encher os olhos com lágrimas de saudade. Vai ser eterno mesmo depois do fim. Ainda vai ser amor e amizade quando for tecendo as palavras de uma história bonita demais para ser contada.

Ps: Qualquer dia desses podemos voltar para 2008, podemos dar as mãos e dizer nossos nomes em voz alta. A gente pode falar um pouco sobre a falta, sobre a saudade. A gente pode até conquistar o tempo que nunca foi nosso.

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